Portugal em família: Lisboa



Templo de Diana, Évora
Destino querido dos brasileiros, Portugal é um país pequeno, mas com tantas opções interessantes que foi difícil decidir o que fazer nessa nossa viagem em família. Ficamos pouco mais de 10 dias no país e nos limitamos a nos hospedar em Lisboa e Porto, deixando as demais cidades por conta dos bate-voltas. Apesar de ter adorado, não vejo a hora de voltar e pernoitar naquelas vilas e cidades menores...


Comprando as passagens 

Eu havia acabado de voltar de uma viagem onde fiquei 4 noites em Lisboa e estava encantada com a receptividade do portugueses. Eu e minhas amigas tínhamos ido em Abril e, ao chegar, contei para meu esposo e filho como eu havia sentido falta deles e que seria maravilhoso voltar lá, mesmo porque os custos com minha viagem haviam sido bem razoáveis. Recebi o sinal verde do maridão e, acho que comprei nossas passagens apenas uns 2 meses depois e, em Dezembro de 2016, já estávamos embarcando.

Lisboa ao entardecer
Natal em Lisboa
Fomos mais uma vez pela TAP e consegui um preço acessível, saindo de Fortaleza. Mas tenho percebido, de uns tempos para cá, que está ficando mais difícil achar promoções de verdade nessa companhia. Outra coisa, em geral, sai mais em conta ficar em Lisboa ou Porto, como stopover, do que como destino final. Sei que deve ter uma lógica, mas eu não engulo muito, não. Então, se topar conhecer Portugal aos pouquinhos, vale a pena considerar o stopover.

Quantos dias ficar

Para ficar só em Lisboa, acho 3 noites o mínimo, mínimo mesmo. Caso queira esticar até Sintra ou Cascais, pode incluir mais um dia. Para o Porto, no mínimo 2 dias, só para ver o básico. Para conhecer razoavelmente bem essas 2 cidades e fazer uns bate-voltas interessantes, acredito que uns 10 dias sejam suficientes. Originalmente, nossa programação era de 6 dias em Lisboa, incluindo aí 2 dias para passeios, e de 4 dias para O Porto, incluindo 1 cidade próxima. Acredito que entre 10 e 14 dias seja o ideal, dependendo do ritmo de viagem.

Quando ir


Chuva em Belém
No meus post anterior sobre Portugal, já falava sobre as chuvas em Abril e, em Dezembro, também há uma ocorrência intensa de chuvas, mas o tempo é imprevisível. Baixe o app Accuweather e confira até a véspera da viagem, antes de fazer a mala. A minha dica é comprar, em Lisboa mesmo, pelo menos um traje impermeável e, se chover, compre galochas. existem inúmeras lojinhas de importados com galochas a preços bem acessíveis.

De certa forma, a chuva atrapalhou pelo menos um dia de nossa viagem, mas o frio, ao contrário, não incomodou. Era final de outono e acredito que a mínima que pegamos ficou em torno de 10ºC.


Onde ficar

Depois de comprar as passagens, comecei logo a pesquisar  hospedagem e, no caso, considerei o Air BNB como uma opção bem viável para Lisboa, já que seriam 6 dias e a diferença de preço já começa a compensar bem. No entanto, optei por hotel por 3 razões: viajar com criança limita um pouco mais, gosto da comodidade do café da manhã servido no hotel, fora o fato de que tinha acumulado 2 diárias gratuitas no Hoteis.com e aproveitei para descontar nessa estadia.

Em Lisboa, busquei hotéis no Rossio, que considero o bairro perfeito para quem vai a primeira vez: é possível fazer quase tudo a pé e é super bem servido de transporte público. Adorei a nossa escolha, o Rossio Garden, um hotel pequeno, em uma rua com acesso restrito para carros e a poucos passos da Praça dos Restauradores e da Praça do Rossio, assim como da Praça da Figueira.

O  que fazer

Apesar de já ter ido a Lisboa anteriormente, como falei nesse post, priorizei meu filho, que ia pela primeira vez, então refiz alguns programas. Outros, que considero importantes, deixei para lá, pois tinha feito a pouco tempo. Mas aqui, vou fazer um apanhado do que considero um roteiro básico para quem vai pela primeira vez.

1. Caminhar pela cidade

Em nossa primeira tarde em Lisboa, logo após fazer o check in, saímos para caminhar pela cidade. Nesse momento é que se vê a importância de uma boa localização. Saímos do hotel e em poucos metros já estávamos na Praça Dom Pedro IV (nosso D.Pedro I). No entorno da praça, tem várias lojas e uma nos chamou atenção: o Mundo Fantástico da Sardinha Portuguesa.

Dentro da árvore de natal, Praça do Comércio
Continuamos caminhando pela Rua Augusta até avistar o Arco e logo em seguida chegar na Praça do Comércio, a beira do Rio Tejo. Entender um pouco da História dessa cidade é fundamental para apreciá-la melhor em todos os seus aspectos. A Praça do Comércio, por exemplo, tem profunda relação com o terremoto de 1755, seguido de tsunami e incêndio, que destruíram grande parte da cidade, vitimando 90 mil pessoas, das 300 mil que lá viviam.  A praça é um dos símbolos da reconstrução da cidade e da estética pombalina. Essa influência foi determinante para o urbanismo brasileiro e a conformação de nossas cidades. Confira esse video que recria a sucessão de desastres que começou com o terremoto.


-Fala, Pessoa!
Benfica Store
Vale lembrar que encontramos a cidade toda decorada para as festas natalinas e lotada de turistas. A Rua Augusta tem vários pontos interessantes, embora esteja tomada por restaurantes do tipo "pega-turista". Gostei de tomar um café na pastelaria Casa Brasileira, em pé, no balcão (servem tudo frio, coxinha, croquete) e de comprar chocolates da Casa Macário, logo em frente. Meus esposo ficou fã da Casa Portuguesa do Pastel de Bacalhau (que é o bolinho de bacalhau). O diferencial é que eles recheiam o pastel com queijo da Serra da Estrela e acompanha uma tacinha de vinho branco.

Livraria Bertrand, no Chiado
Para quem gosta de futebol também tem a loja do Benfica, a Benfica Official Store. As ruas paralelas e perpendiculares também são interessantes e vale apena percorrê-las. Muito bom ver esses nomes Rua Áurea, Rua da Prata, Rua dos Sapateiros, Rua da Vitória, que remetem a um tempo em que as pessoas se relacionavam intimamente com a cidade e seus moradores. Que pena que no Brasil, os nomes originais das ruas acabaram sendo substituídos, muitas vezes para homenagear políticos desqualificados. :(

 O Elevador de Santa Justa, os Armazéns do Chiado, a Livraria Bertrand, a mais antiga do mundo em funcionamento, o Largo do Chiado e o famoso Café a Brasileira (paradinha básica para a clássica foto com Fernando Pessoa), entre outros pontos de interesse, estão a poucos passos e nos convidam a parar para observar essa cidade que renasceu após a Expo 98 e desde então vem recebendo cada vez um numero maior de turistas. 

2. Conhecer o Castelo de São Jorge e Alfama.

Nessa última visita, não fui ao Castelo de São Jorge, por ter ido a pouquíssimo tempo, mas recomendo a visita, inclusive ao museu e do observatório que tem a experiência ótica. Reserve pelo menos uma manhã para desfrutar do Castelo e sua linda vista.

Maria Catita
Depois desça calmamente pelas ruas íngremes e vá até os Miradouro das Portas do Sol e o de Santa Luzia, sempre apreciando as visuais da cidade, depois caminhe até a Sé de Lisboa e em seguida a Igreja de Santo Antônio, o de Pádua, que nasceu em Lisboa.

Olha só, dessa vez, fomos apenas à noite até o miradouro de Santa Luzia, vimos as igrejas fechadas e na volta ficamos em um restaurante muito legal bem próximo à Igreja de Santo Antônio, o Maria Catita. Foi nosso jantar de despedida da cidade e não poderia ter sido mais gostoso: ótimo atendimento, muitas opções deliciosas e o "pior bolo de chocolate do mundo" para sobremesa.


3. Conhecer o Parque das Nações

Oceanário de Lisboa
O símbolo da modernização de Lisboa, o Parque das Nações vale a visita em família principalmente pelo Oceanário de Lisboa. Meu filho, com 10 anos no momento da viagem, adorou.
Fomos de metrô até a Estação do Oriente, projeto de Santiago de Calatrava, entramos rapidamente no Shopping Vasco da Gama e seguimos até chegar ao Rio Tejo, onde pegamos o sentido da direita para ir de teleférico até o Oceanário. É um passeio relativamente caro, mas que as crianças gostam. Descemos bem próximo ao Oceanário e compramos os ingressos.

Teleférico, Parque da Nações
 Uma coisa que nos chamou atenção na visita foram os grupos de idosos e de estudantes, todos aproveitando esse momento de aproximação com a vida marinha. Depois, passamos rapidamente na lojinha do museu e fomos caminhando até o shopping, passando pelo Pavilhão de Portugal, projeto do arquiteto Alvaro Siza, que eu considero o mais elegante do conjunto. Almoçamos no Vasco da Gama, na Portugália, que fica no piso superior, em um terraço. O shopping é bem bonito, mas eu particularmente acho que shopping é tudo igual...

4. Ir até Belém

Igreja do Mosteiro dos Jerônimos
De todos os passeios em Lisboa em si, o que considero mais "conta-mão" é ir até Belém, então, melhor programar 1 dia inteiro para os "lados de lá". Inclusive, pense bem se vale a pena ir de transporte público, pois demora bastante e, nesse caso, considere táxi ou uber.

Pastelaria de Belém
Imperdível é comer o legítimo Pastel de Belém (o resto é pastel de nata e, acredite, é diferente) e conhecer a pastelaria, que é imensa. Não caia na ilusão de pegar a fila para comer no balcão. Não compensa.

Depois, faça a digestão indo até o Mosteiro dos Jerônimos. Se tiver o Lisboa Card, a entrada é gratuita e, para a Igreja, não é cobrado ingresso.



Escola Equestre
Nós incluímos um programa diferente em nosso passeio: fomos visitar a Escola Portuguesa de Arte Equestre. Infelizmente, não conseguimos assistir a apresentação de gala, mas vimos um treino comum. É interessante, mas para quem gosta de cavalos.

LX Factory, Alcântara
Ainda fomos andando até a Torre de Belém, mas é uma caminhada considerável. Fracionamos nossa visita a belém em 2 dias, pois no primeiro dia chovia muito o que atrapalhou demais nossa programação.

Aproveitamos para, na volta, ir até Alcântara, e visitar a LX Factory, que é uma iniciativa bem interessante de ocupação de galpões de fábricas desocupadas e totalmente voltado para a economia criativa.

5. Passar o dia /pernoitar em Sintra

Sintra
Eu adorei ter visitado Sintra em abril e, pessoalmente, gostaria de ter pernoitado lá dessa vez. Porém, houve mudança de planos e acabamos não visitando essa joia portuguesa.

Mas é super fácil de chegar, tanto de carro, quanto de trem (comboio), que sai da Estação do Rossio e vai para Sintra. No caminho, é possível ainda visitar o Palácio de Queluz.


6. Pit-stop ou bate e volta em Fátima e Óbidos


Fátima
Batalha
Como nem meu esposo, nem eu estávamos dispostos a dirigir, contratamos um tour com a Viver Lisboa Tours para conhecer Fátima, que contemplava ainda o Mosteiro da Batalha, Nazaré, Alcobaça e Óbidos. É o tour mais pedido pelos brasileiros. Fátima realmente é interessante pela questão da fé, mas é relativamente demorado para chegar e pode ser cansativo. Se você não é devoto, não tem porque ir. Digo isso, apesar de ser católica e de ter gostado muito de Fátima.


Alcobaça
Nazaré
Ao sair de Fátima fomos até Nazaré, famosa pelas ondas gigantes. Almoçamos nessa cidade e depois seguimos para Alcobaça, onde visitamos apenas a igreja e os túmulos de Pedro e Inês. Lembram do ditado "agora Inês é morta"?Vem daí e fala do "Romeu e Julieta" portugueses.

 Chegamos em Óbidos já a noite, pois fomos no final do outono. e anoitece mais cedo. Eu já tinha ido a Óbidos de ônibus e apesar de ter gostado, achei um tanto quanto turística demais, embora seja uma graça tomar a ginginha por lá. Confesso que gostei até mais à noite, pois as ruas estavam esvaziadas e a lua estava linda nesse dia.
Óbidos, em Abril de 2016


7. Conhecer Évora e Monsaraz


Capela dos Ossos, Évora
Outono em Évora
Eu definitivamente gostei muito do Alentejo, mas para aproveitar bem, tem que ser de carro. Fizemos de tour também, mas bem exclusivo, com o Eduardo, da Viver Lisboa Tours e nós 3 no carro. Fomos conversando a viagem toda e apesar de longe, chegamos em Évora, parando primeiramente no Templo de Diana. De lá, caminhamos pelas ruas cheias de folhas amareladas até chegar a Praça do Giraldo e em seguida fomos até a Capela dos Ossos ("nós ossos que aqui estamos pelos vossos esperamos").
Monsaraz
Saindo de Évora, seguimos até o Castelo de Monsaraz, que foi para mim a grande surpresa dessa viagem. Quase na Espanha, Monsaraz é digna de cenário de filme e, a tempestade que estava prestes a desabar, ajudou a criar o clima Game of Thrones. De lá, ainda passamos por Arraiolos, mas estava tudo fechado.


8. Visitar o Estádio do Benfica


Estádio da Luz
Bom, visitar Estádio da Luz, ou do Benfica, não estava originalmente nos meus planos, mas aproveitamos uma brecha que surgiu numa mudança de roteiro. Porém, nos atrasamos para chegar no Estádio e acabamos, por 5 minutos, perdendo o último tour para conhecê-lo. Até pedi que nos deixassem pelo menos ver o campo, pois tínhamos andado bastante pegando ônibus e metrô, mas não foi possível. Tudo bem, sem ressentimentos, mas a partir daí começamos a torcer pelo Porto!

E O Porto?

Ah, de Lisboa fomos de trem até O Porto, saindo da Estação do Oriente, com um belíssimo atraso do trem. Mas vamos deixar essa aventura para o próximo post. Até a próxima.


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