Lisboa

Lisboa de novo, e de novo, e de novo...

Fortaleza, Natal e Recife estão bem mais próximas da Europa do que as cidades do Sul e Sudeste brasileiros; qualquer um com um mapa pode ver... ;)

Acontece que a oferta de vôos saindo dessas e de outras cidades no Norte e Nordeste não é tão grande e pensar que temos que ir até São Paulo, esperar algumas horas em Guarulhos :( pra depois seguir rumo a Europa, quando já estávamos quase na metade do caminho, não é nem um pouco animador.

Por isso mesmo, quando há alguns anos a TAP começou a ofertar vôos pra Europa, saindo de Fortaleza, foi um senhor estímulo para muita gente, inclusive para mim. E a querida Lisboa, acabou se transformando em portão de entrada para nós e, muitas vezes primeiro ponto de visitação, graças a stopovers ou conexões mais demoradas.


Pouco tempo em Lisboa

Nossa primeira vez em Lisboa foi enquanto esperávamos um vôo para Budapeste. Chegamos bem cedo pela manhã e ainda teríamos que esperar mais de 8 horas no aeroporto, resolvemos então sair e conhecer um pouco a cidade.

O aeroporto de Portela, em Lisboa, tem uma localização privilegiada sob o ponto de vista do turista: em poucos minutos em um táxi  e já se está no centro da cidade. Além de tudo, os táxis são baratos em Lisboa. Para essas poucas horas, imaginamos duas possibilidades: pegar o Elétrico 28 e dar uma volta passando pelos principais pontos turísticos da cidade, ou ir até o Parque das Nações, que inclusive é muito mais próximo do aeroporto e representa uma Lisboa mais moderna. Creio que tomamos a decisão mais acertada.

Como nossas malas tinham sido embarcadas, ficamos apenas com bagagem de mão. Naquela ocasião, ainda não andava com umas mudas de roupa na bagagem de mão, então nem precisei de guarda-volumes. Se fosse hoje, depois de já ter tido mala extraviada, com certeza teria que procurar esse serviço no aeroporto.

Estávamos em 3 casais e pegamos um táxi maior, que nós deixou no Parque das Nações em poucos minutos. Descemos na Estação do Oriente, belíssimo projeto de Santiago Calatrava, de onde partem ônibus e trens. Em seguida fomos conhecer o Parque das Nações e seus pavilhões.


É bem verdade que eu estava super ansiosa para visitar o Oceanário de Lisboa, que é a joia da coroa do Parque, inaugurado por ocasião da Expo de 1998. Foi também aquele momento da viagem em que eu mais lamentei não ter levado o meu filho. Mas essa questão será resolvida em breve, em nossa próxima incursão em Lisboa.


Gostei muito do projeto do Oceanário, elegante e sem pirotecnia arquitetônica. Um prédio em que nós sentimos realmente parte de um aquário gigante.

               








A projeto de educação ambiental relaciona as nossas ações diretamente com a preservação dos oceanos e as crianças tem a ajuda do Vasco, mascote do Oceanário para aprimorar esse aprendizado. Ver tão de perto os animais como tubarões, arraias e peixes-lua também me impressionou. Da mesma forma, ver os pinguins e lontras em ambientes que reproduzem seu habitat natural também foi inesquecível.







Essa viagem tem quase 5 anos e eu ainda lembro de detalhes. Foi uma excelente forma de fazer valer o tempo de espera e ainda conhecer um aspecto muito interessante da cidade.


Abril, águas mil

Em Abril desse ano, regressamos a Lisboa no retorno de nossa viagem a Amsterdã. Já havíamos estado outra vez na cidade em 2014, quando fomos a Itália, mas com apenas 3 horas entre os vôos, realmente não havia mais o que fazer ao não ser perambular pelo Aeroporto de Portela.

Já dessa vez, nossa programação incluiria 4 noites na cidade. Ficamos hospedadas no Neya Hotel Lisboa, que apesar de bem localizado, implicava em fazer uma caminhada mais longa até a estação de metrô mais próxima ou ponto de ônibus.

Dependendo do número de pessoas com quem se viaje a Lisboa, talvez compense  pegar táxi ou Uber. Nesse sentido, não achei que o Lisboa Card fosse tão vantajoso tanto em termos de transporte público. Caso você divida o táxi com mais três pessoas, por exemplo, pagará muito pouco, com a vantagem de reduzir o tempo de espera pelo transporte. Claro que não devemos subestimar o prazer de uma volta no Elétrico 28. Infelizmente, devido o nosso pouco tempo e a chuva que atrapalhou um pouco nossa viagem, ainda não foi dessa vez que experimentei o Elétrico. :(

Falando em chuva, quando programamos nossa estadia na cidade, fizemos várias pesquisas e não vimos tanta ocorrência de chuva assim... Ao chegar lá é que ouvimos o ditado "Abril, águas mil"... Olha esse outro provérbio, que descobri depois, enquanto escrevia esse texto: Abril chuvoso, Maio ventoso, Junho amoroso fazem um ano formoso. Conclusão: nada como a cultura popular para descrever bem o lugar.

Nossa primeira noite foi encantadora, pois um amigo que reside em Lisboa nos levou para um tour noturno. Combinamos dele nos pegar na Cervejaria Trindade e de lá fomos direto ao Castelo de São Jorge, depois paramos no Miradouro de Santa Luzia e seguimos para Belém, onde fomos até o Mosteiro dos Jerônimos e depois a Torre de Belém. Essa experiência de ver os monumentos a noite, iluminados, com as ruas desertas e ouvindo as explicações de nosso amigo foi incrível!

No dia seguinte, iniciamos nossa visita pelo Castelo de  São Jorge, que pela manhã revela-se como um documento vivo da História lusitana. Além das muralhas, escadarias e miradouros, o complexo do castelo tem um recinto onde se pode experimentar uma visão de 360° de Lisboa, a partir desse ponto, fora um pequeno museus com os artefatos encontrados nas escavações do castelo. Vale a pena conhecer um pouco da História, antes de fazer essa visita. Nem tanto a chuva, o que mais marcou esse momento foi o tempo "ventoso" como se diz na terrinha.

Ainda em Alfama, bairro do Castelo, pegamos um pouco de chuva, mas visitamos a Sé, muto bonita, de fachada austera.

Infelizmente, a Igreja de Santo Antônio encontramos fechada. Aqui vai uma curiosidade; o Santo Antônio de Pádua, que tem devotos no mundo todo, na verdade nasceu em Lisboa, sendo o santo de maior devoção na cidade, embora o padroeiro seja São Vicente.

Muito bom seria programas a estadia em Lisboa para junho e encontrar a cidade toda enfeitada de bandeirinhas em homenagem a Santo Antônio.



 De lá, seguimos para Belém, de táxi mesmo, pois cansamos de esperar pelo elétrico, fora que todas as paradas estavam cheias de pessoas. Nossa estadia coincidiu com um jogo da Eurocopa e a cidade estava lotada. Descemos exatamente na pastelaria para experimentar os famosos Pasteis de Belém (os originais, pois os outros são pasteis de nata). Vai aí uma dica: entre na pastelaria e procure uma mesa. A pequena fachada esconde um mundo e o local é enorme, com muitas mesas no interior, onde você pode experimentar, além dos pastéis, as outras iguarias. É bem mais tranquilo e você evita a fila imensa para comprar no balcão.

Bem ao lado da  pastelaria está a joia da arquitetura manuelina, o Mosteiro dos Jerônimos. Belém foi uma das áreas de Lisboa que pouco sofreu com o terremoto de 1755. Aliás, a História dessa cidade foi dramaticamente marcada por esse evento, cuja simulação você pode conferir nesse video.

O fato é que o Mosteiro encontra-se muito bem conservado e é amplamente visitado, contendo os túmulos dos ilustres Fernando Pessoa, Alexandre Herculano e, na igreja, Vasco da Gama e Camões.

Ainda em Belém, há a Torre de Belém, que só visitei a noite e não entrei. Também há o Padrão dos descobrimentos, homenagem aos desbravadores portugueses e suas conquistas no Novo Mundo. Esses eu vou deixar literalmente para a próxima.

Ainda visitamos outros monumentos espalhados pelos vários bairros da cidade: a Praça do Comércio, o Chiado, onde fomo no Café a Brasileira e tiramos a famigerada foto com Fernando Pessoa, fomos ao Cais do Sodré, visitamos a Cervejaria Portugalia, o mercado da Ribeira, fomos ao Rossio, visitamos a Praça Dom Pedro IV, que nada mais é do que o nosso Dom Pedro I. Da estação de trem foi que pegamos um comboio para Sintra. Em outro post falo mais desse passeio e de Óbidos também, que visitamos de ônibus, ou autocarro,como se diz por lá.

Apesar de ter sido um pouco prejudicada pela chuva, nossa estadia confirmou que Lisboa é uma cidade plenamente pronta para o turismo, sendo movimentada a qualquer hora do dia. Muitos turistas jovens da Europa mesmo aproveitam os valores mais acessíveis da cidade, assim como os vôos low cost,  para passar o fim de semana em Lisboa. Gostei tanto que devo retornar ainda esse ano para ver o que a chuva me impediu de visitar. ;)

Até a próxima.





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