Milão merecia mais...

Milão, a Itália Moderna

Nossa primeira viagem a Itália foi mais que perfeita: Roma, Florença, Veneza e Milão. Lógico que que eu estou falando em PRIMEIRA viagem, pois não quero passar por essa vida sem ir a Itália de novo, conhecer o sul do país e, inclusive, voltara Roma outras vezes.

Porém, dessas cidades, acredito que não consegui me dedicar a Milão, talvez pelo pouco tempo, já que ficamos 2 noites (um dia e meio, na prática), ou mesmo por ser fim de viagem e eu estar com muita saudade do meu filho. Cada um tem seu limite (7, 10, 22 dias, que seja) e o meu é de 12 dias, desde a hora em que entro no avião. Assim sendo, Milão calhou de ser o 13º dia... :(

Mas é uma cidade muito bonita, moderna e realmente se apresenta como um contraste para o restante da Itália, principalmente para o viajante que já veio de outras cidades como já citei acima. Vale a pena ir a Milão, sim. Acredito, inclusive, que vale a pena brincar de "viver" em Milão, durante a sua viagem. Por não ser um Museu a céu aberto, Milão tem uma dimensão mais humana, que estabelece uma experiência de troca com o visitante. Deu pra entender? Acho que sim. :)

Chegando em Milão

Chegamos em Milão, vindos de Veneza, com parada estratégica em Verona. Fizemos o trajeto de trem e é uma viagem que recomendo. A grande maioria das pessoas que eu conheço, que viajaram para a Itália, começam o percurso por Milão e encerram por Roma, exatamente o oposto do que fizemos. No meu outro post, explico as vantagens da nossa escolha.

A estação Milano Centrale é muito grande e belíssima e me arrependo de não ter tirado fotos, mas vale aqui reforçar que todo cuidado é pouco em estações de trem na Itália, principalmente as mais movimentadas. Estão cheias de descuidistas e a clássica paradinha com câmera fotográfica, quando se está carregando malas, é praticamente um chamado para os aproveitadores.

Ao sair da estação, foi só pegar um táxi pro hotel. O transporte público é muito bom em Milão, como em muitas cidades grandes, mas só se você estiver de mochila ou mala pequena. De verdade, prefiro economizar na comida e nunca mais passar o perrengue que passei em Paris ao ir do aeroporto para o hotel usando transporte público. Nesse post do Milão nas Mãos tem dicas muito boas de transporte e para quem chega de avião.

Hotel ou AirBNB

Taí um item que deve ser bem pensado na sua viagem para Milão, por que hospedagem nessa cidade é muuuito cara. E se você pensa em ir durante a Feira de Milão, queridinha dos designers e arquitetos, aí prepare o bolso e com muita antecedência.

Dentre todos os hotéis em que nos hospedamos para essa viagem, o que mais se diferenciou no perfil foi o de Milão. Sempre buscamos hotéis mais próximos dos pontos turísticos e de preferência, pequenos, charmosinhos, coisa e tal. Em Milão, ficamos em um hotel executivo, o UNA Hotel Tocq mas com uma excelente localização, longe dos pontos turísticos tradicionais, mas bem ao lado da Porta Nuova, expoente da Milão moderna. A noite, inclusive, dá pra ouvir o som das pessoas nas ruas, porque é bem movimentado nos arredores. Eu gostei muito. 

Pouco tempo depois que eu fui, algumas amigas foram para a Feira de Milão e os preços estavam incrivelmente mais altos, então elas optaram por ficar em um apartamento alugado pelo Air BNB e disseram que a experiência foi ótima.

Hop On Hop Off

Eu acho que o ônibus turístico tem o seu valor, embora existam cidades que se adaptam melhor do que outras para essa modalidade de transporte. Desde o planejamento dessa viagem, já sabia que teríamos pouquíssimo tempo em Milão, então, busquei o mapa do ônibus turístico Hop On Hop Off e escolhi o hotel próximo a uma de sua paradas para aproveitar ao máximo as 24 horas de passeio. No caso, nosso hotel ficava próximo a parada 5 da linha azul. Ah, existem 3 linhas e é possível trocar de uma para outra em paradas em comum.



Não aproveitamos tanto o ônibus como gostaríamos pois já chegamos tarde de Verona. Estava quase anoitecendo e decidimos conhecer alguns bares. Saímos andando em direção Piazza della Republica e escolhemos um bar aleatoriamente. Acabamos voltando logo o hotel, de taxi mesmo, mas eu e meu marido decidimos sair de novo e fomos conhecer a Porta Nuova, bem movimentada a noite, com muitos bares, restaurante e atividades ao ar livre, apesar de ainda ser inverno.


No dia seguinte, após o café, já estávamos esperando o ônibus para conhecer um pouco de Milão. Poucas paradas depois e chegamos no Duomo, que é a catedral de Milão e seu principal ponto turístico. O Duomo é uma construção gótica, mas de arquitetura bem peculiar. Na verdade, é uma profusão de detalhes em um formato pouco comum para uma igreja. Acredito, inclusive, que por pouco essa construção não deu muito errado, já que pode ser considerada tudo, menos elegante. Mas não podemos dizer que não seja imponente. 


A praça é um ponto de encontro e dali podemos ir para vários locais de interesse na cidade, como a Galeria Vittorio Emanuelle e o Teatro Alla Scala de Milão.
Repare tampbém na estátua equestre do Rei Vittorio Emanuele no centro da praça.

A Galeria foi pensada originalmente para ser um corredor que ligasse duas praças, a do Duomo e a do Teatro. Típico exemplar da arquitetura do ferro, foi finalizada em 1877 e praticamente destruída nos bombardeios da Segunda Guerra.
Além de lojas de grife, uma das atrações desse local é procurar o touro no mosaico do piso para pisar nos testículos dele. Não se trata de crueldade, sendo uma superstição para trazer sorte.

Em relação ao Teatro Alla Scala, reside aí uma das minhas frustrações: não ter feito a visita guiada. 


Trata-se de um dos templos da ópera, onde nomes ilustres se apresentaram, desde sua inauguração em 1778, como Maria Callas, Luciano Pavarotti, Plácido Domingo, Rudolf Nureyev, entre outros. Bem em frente há uma praça com o mesmo nome e que ao centre tem uma estátua de Leonardo d Vinci.


E a famosa Última Ceia de Leonardo da Vinci? Também não visitei, mas nesse caso foi porque busquei os ingressos com pouca antecedência (acredito  que faltando uns 2 ou 3 meses e isso é pouco, mesmo se tratando de baixa estação). Então, caso você decida visitar Milão e tenha interesse em ver essa obra prima, que fica dentro do convento Santa Maria delle  Grazie, tente reservar logo após comprar sua passagem aérea.

Ainda pensamos em visitar o San Siro, estádio do Milan e da Inter, mas estava tendo jogo no dia e só pudemos ver de longe. Outro programa bem bacana para quem está com tempo e disposição é visitar o Castelo Sforzesco, que infelizmente só vi por fora. Eu só tenho como culpar a minha total falência física, pois confesso que meu cansaço era tanto que mal conseguia disfarçar e acabei cochilando no ônibus... Meus companheiros de viagem é que relaxaram, pois se eu que era a "caxias" tinha cochilado, então tava "liberado".

Noite em Milão

Como tinha gostado muito da Porta Nuova  na noiteanterior, na segunda noite, resolvemos voltar e apreciar as belas edificações, a iluminação, os espaços abertos e simplesmente ver as pessoas na rua. Achei curioso como todo mundo usa preto. Sei que era final de inverno, que favorece as cores mais sóbrias, mas até um casaco cinza se destacaria nesse caso.

Acabamos por escolher um restaurante de rua para curtir o friozinho de Milão. Em relação aos custos, também foi a cidade com alimentação mais cara, pela qual passamos na Itália.



De volta ao Brasil

Como sabíamos o quanto era caro o transfer até o aeroporto, resolvemos negociar na véspera com um taxista uma corrida do hotel até Malpensa. Fechamos um valor razoável, que ainda assim era caro. A curiosidade aqui foi o nosso companheiro de viagem que, na metade do caminho se deu conta de que tinha esquecido o passaporte no hotel... Isso aconteceu uns 30 minutos depois de termos saído. Aí a nossa negociação foi por água abaixo, mas nosso amigo pagou o excedente, mas deu certo e também chegamos quase no limite da hora do embarque. Não tivemos problemas justamente porque sempre deixamos boa uma folga para o horário do vôo.

Vou terminando esse texto como aquela sensação frustrante de que Milão merecia mais de mim. Mas talvez aí mesmo resida o motivo para voltar e aproveitar mais da próxima vez.

Até a próxima

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