Espanha em Família

Em nossa primeira viagem à Europa, visitamos três países e foi maravilhoso, contudo, depois dessa experiência, definimos que dali em diante faríamos diferente. Desde então, no máximo, aproveitamos o stopover em Portugal, quando voamos pela TAP, mas nos concentramos em explorar um pouco mais um país de cada vez.
E dessa vez, o destino era a Espanha. A partir daí, começou uma difícil tarefa: decidir o que ver e o que deixar para outra oportunidade, pois a Espanha é um país extremamente farto em opções turísticas e merece ser visitado mais de uma vez.

Espanha: elaborando o roteiro :)

Para essa viagem, tínhamos duas certezas: no máximo 10 dias na Espanha e 2 em Lisboa. Estudei várias possibilidades: Madri e arredores, Madri e sul da Espanha e Madri e Barcelona, entre outras tantas. Optamos por Madri, Granada e Sevilha, deixando Barcelona para uma próxima vez.

 Em um mundo ideal, onde a geografia imperasse sobre as questões de  logística, o mais interessante seria concluir a viagem pela Espanha em Sevilha e de lá nos deslocarmos para Lisboa, provavelmente de carro. Essa opção, contudo, aumentava o custos com passagens aéreas em quase 40% (ah, TAP, me ajude a te ajudar). Então, decidimos comprar as passagens de ida e volta por Madri, com o stopover em Lisboa e, o trecho de Sevilha a Madri, faríamos de trem de alta velocidade, mesmo envolvendo um deslocamento maior.

Realmente não foi fácil definir o que "deixar de ver" na Espanha, mas, além de Madri, sabíamos que iríamos a Sevilha, porém, desde o começo das pesquisas, estava claro que ir Granada envolveria uma logística maior.

O primeiro passo, após comprar as passagens e definir os dias em cada cidade, incluindo Granada, foi reservar a entrada do Palacio Nazaríes, em Alhambra, um dos monumentos mais visitados do país. E eu fiz isso, facilmente, pelo site, embora não tivesse certeza ainda de como iria de Madri até lá. Explico: não há trem de alta velocidade ligando Madri e Granada (espero que isso mude logo), sendo possível ir de trem até Antequera - Santa Ana e de lá pegar um ônibus até Granada, ou ir logo direto de ônibus, saindo de Madri mesmo. De qualquer forma, as duas opções ocupavam mais de quatro horas de trajeto. 

Espanha: mudando o roteiro :(

Contudo, ainda no embarque em Fortaleza, meu esposo começou a sentir-se indisposto e, ao chegar em Madri, já estava doente, com sintomas de virose. Esse contratempo lhe custou 2 dias de cama em Madri e, apesar de termos seguro de saúde, ele preferiu repousar no hotel e deixar o corpo providenciar a cura. Mas aí surgiu a questão, será que ainda valeria a pena submetê-lo a um deslocamento cansativo, no caso, ir de ônibus até Granada? Não seria melhor ficar mais tempo em Madri e de lá ir a Sevilha? Ou então substituir Sevilha por Córdoba? Uma noite de dúvidas...

Porém, tenho aqui que ressaltar a maravilha que é poder resolver facilmente essas questões com apenas um smartphone e internet. Depois de algumas considerações, cancelei sem multas o hotel em Granada e imediatamente reservei outro Córdoba, cancelei também nossa passagem de ônibus, pagando uma pequena taxa e, o único "prejuízo" foram as entradas em Alhambra, que não tinha como cancelar.

Então, ficou assim no final: 4 diárias em Madri, 2 em Córdoba e 3 em Sevilha. Perfeito! Na volta, 2 noites em Lisboa, na casa de amigos.

Espanha: quando ir

Assim como em Portugal, o sul da Espanha não costuma ter invernos muito rigorosos, então é possível visitar o país o ano todo, ficando atento para o período de chuvas. Outra observação muito importante é evitar, se possível, o verão na Andaluzia. O calor, segundo dizem, é de matar. O país tem 3 tipos predominantes de clima ( mediterrâneo, continental e oceânico-atlântico) e o ideal é consultar cada região com bastante atenção antes de comprar a passagem e definir o roteiro.

Para esse roteiro em especial, quase tivemos um contratempo metereológico. Uma semana antes de embarcar, a Europa foi atingida por uma onda de frio chamada A Fera do Leste. Porém, ao chegarmos, na segunda semana de março, o fenômeno (incluindo nevascas em Madri) já tinha encerrado e o frio variava em torno de 10ºPorém, devo dizer que a chuva e ventos fortes atrapalharam um pouco a nossa estada em Sevilha e perdemos a visita a monumentos importantes. :(

Acredito que, como no restante da Europa, se for possível viajar em baixa estação, a melhor opção seja escolher o outono ou, preferencialmente a primavera, para evitar as chuvas.

Madri: onde ficar

Em Madri existe uma infinidade de opções de hospedagem, o que no final das contas, pode até deixar o viajante um pouco confuso. Acredito que se for a primeira vez na cidade, o melhor seja buscar uma localização mais central, que vai facilitar a sua vida em termos de passeios e de deslocamento. Escolhemos um hotel próximo à Puerta del Sol, mas em frente a uma praça que conferia certa tranquilidade ao edifício: Hotel Intur Palacio San Martín. Certamente nos hospedaríamos de novo no mesmo local. Além disso, o prédio é um palacete reformado e muito charmoso, com os quartos modernos e confortáveis, o que foi providencial, devido a condição do meu esposo. Também conseguimos fazer inúmeros passeios a pé, tendo que nos deslocar de táxi apenas para ir à estação de trem.

Córdoba: onde ficar

Decidimos ir à Córdoba no lugar de Granada justamente pela facilidade e rapidez no transporte e, após uma rápida pesquisa faltando pouco mais de 24h para chegar ao destino, escolhi o hotel através da Hoteis.com. Por se tratar de uma cidade menor, existem bem menos opções de hospedagem do que em Madri e Sevilha, por exemplo, mas não foi difícil encontrar hotel. Escolhemos o Hotel Hacienda Posada de Vallina, principalmente pela excelente localização, por trás da Mesquita- Catedral de Córdoba. Segundo pesquisei, a edificação data de antes mesmo da construção da mesquita e teria hospedado até Cristóvão Colombo! Só isso já tornou nossa estada interessante, embora deva reconhecer que não achei o quarto confortável... Além disso, apesar de ser final de inverno, achei o quarto pequeno e quente, pois contava apenas com aquecedor e a única janela dava para um pátio coberto, deixando o mesmo abafado. 

Sevilha: onde ficar

Sevilha é uma cidade incrível; vibrante mesmo. Então, no que diz respeito a hospedagem, meu conselho é que você fique o mais próximo possível das zonas turísticas, inundadas de bons restaurantes e bares de tapas.
Escolhemos um hotel situado a poucos metros da Catedral, o Hotel Doña Maria. Do terraço, inclusive, era possível admirar a Giralda, tomando uns drinks no bar. Assim como no hotel de Córdoba, esse não dispunha de ar condicionado naquele período, então também achei um pouco quente, embora o quarto fosse  amplo, com um excelente banheiro.


Espanha: deslocamentos

Acredito que a melhor forma para se deslocar na Andaluzia seja de carro, pois se tem a liberdade de visitar as cidades menores, fazendo descobertas... Porém, optamos por nos deslocar de trem mesmo. É possível comprar antecipadamente e inclusive pagar menos, escolhendo os horários promocionais, porém, deve-se ficar atento para a possibilidade de se alterar o horário, ou mesmo cancelar o destino. O melhor é comprar com reembolso, se possível, como fizemos com nosso ônibus para Granada, cujo valor pago foi quase integralmente restituído quando cancelamos. 

Os trens que utilizamos foram os de alta velocidade, muito confortáveis e com wi-fi. O percurso mais longo, de Sevilha à Madri foi feito em duas horas e meia. Da estação de Atocha, fomos de táxi ao aeroporto e pegamos o vôo até Lisboa. Falando assim, parece muito simples, mas devemos obviamente prever algum contratempo e isso nos custou praticamente o dia todo em espera e deslocamentos. Faz parte!

Espanha: custos gerais

Em termos relativos, se considerarmos o euro em si, a Espanha não é um país caro para o turista. Muito pelo contrário, come-se e bebe-se muito bem, gastando pouco... ;) em euro. Porém, no nosso caso, viajamos em uma época desfavorável na relação euro-real, o que elevou o custo absoluto da nossa viagem. 

Dicas para economizar?

  • Buscar as promoções de passagem aérea, pois ainda é um percentual bem significativo no custo total da viagem. 
  • Evitar grandes deslocamentos: de carro, ou de trem, o custo de se deslocar inflaciona a viagem.
  •  Hospedagem pode ser um custo bem pesado também, porém lembre-se de que tempo é dinheiro e ficar hospedado afastado demais implica em perder muito da experiência. Então, pergunte-se se essa economia vale a pena. Além disso, veja opções como hostels e AirBnb
  • Em relação a alimentação, experimentamos excelentes opções com os custos bem acessíveis. Comer e beber na Espanha é excepcional e vale o que se paga!
O resto é verificar a necessidade de algum ingresso antecipado. Na verdade, a visita ao Palacio Nazaríes deve ser agendada e por isso a necessidade de se comprar antecipadamente. Infelizmente, o valor não será restituído em caso de desistência, que foi o que ocorreu conosco. As demais entradas em monumentos ou museus podem ser adquiridas pela internet, até mesmo na véspera, mas evita a perda de tempo de ficar em filas.

Pesquisamos também as opções de um tour guiado por Madri e outro por Toledo. Acredito que é uma excelente pedida para quem tem o tempo limitado e uma ótima forma de ser recebido na cidade. Optamos pelo Roberto Antunes, Um Brasileiro na Espanha. O Roberto foi fantástico conosco, muito mais do que um guia, ele é um estudioso e curioso, buscando sempre se atualizar nas informações, além de ser muito gentil e prestativo. Recomendadíssimo: não é custo, é investimento!

Ah, lembre-se que é obrigatório fazer o seguro viagem para visitar os países signatário do tratado Schengen. Por muito pouco não precisamos recorrer a um hospital nessa viagem, então, busque opções, preços, o que for, mas não deixe de fazer seu seguro.



Essa viagem teve um significado especial para nossa família, pois realizamos um sonho ao visitar esse país incrível e ao mesmo tempo, foi a comemoração de um desafio vencido. Em breve, explico melhor como foi a experiência em cada uma das cidades que visitamos. Até breve.






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