Praga

Uma das mais antigas cidades da Europa, Praga é a capital da República Tcheca (ou Checa) e um dos destinos turísticos mais procurados do mundo. Inclusive, nos alertaram que essa "enxurrada" de visitantes que a cidade recebe faz com que seus moradores tenham cada vez menos paciência com os turistas... Eu sinceramente não percebi.

Não tivemos dificuldades com a língua, pois é uma cidade preparada para o turismo em larga escala e muitos falam inglês. Fora isso, acreditam que fomos atendidos em português em vários lugares? Os vendedores tinham aprendido nossa língua, porque com a crise na Europa e nos EUA, os brasileiros estavam sendo muito bem quistos (fomos em 2011). A moeda utilizada não é o Euro, é a Coroa Tcheca. Leve euros ou dólares para trocar nas inúmeras casas de câmbio espalhadas pela cidade.

Quando me recordo dessa viagem, vejo o quanto Praga tem a oferecer, tanto para quem está interessado em história e visitar pontos turísticos, como para quem quer se encantar com uma cidade que emana um certo clima de mistério... Meu conselho: perca-se!

Onde ficar

Ficamos em um belo hotel afastado do centro e das estações de metrô. Apesar de ser confortável e do pessoal atencioso, essa localização nos atrapalhou muito. Dependíamos de táxi para sair a noite. Sugiro que a hospedagem seja baseada no metrô, que apesar de eu não ter utilizado, me parece que é bem eficiente. 

Prepare as pernas!

Por onde que que você resolva começar sua aventura em Praga, prepare as pernas, pois você vai andar muito. E isso é ótimo! A cidade não é grande e tem muitos pontos de interesse, sendo que em sua grande maioria, não acessíveis por carro. No nosso caso, como chegamos no hotel ao final da tarde, o primeiro contato com Praga foi a noite. Pegamos um taxi até a Filarmônica de Praga (Česká filharmonie) e fomos andando até chegar na Ponte Carlos (Karlův most).

A cidade tem realmente um clima único e começar nossa experiência por um de seus principais cartões postais, a Ponte Carlos, foi sensacional! Só tenho uma observação: achei que os monumentos careciam de uma iluminação que os favorecesse a noite; nada de holofotes descaracterizando a cidade, muito pelo contrário. Imagino que com uma iluminação de efeito, as esculturas da ponte ganhariam sombras e movimento, criando um clima de encantamento... Ah, talvez seja só uma observação besta de arquiteta, o fato é que ao ver a ponte pela manhã, foi como vê-la pela primeira vez.

Como aproveitamos essa primeira noite para curtir, só caminhamos pelas ruas e bebemos cerveja (pivo). Foi uma noite inesquecível.

Aliás, Praga é um paraíso para os apreciadores de cerveja, com muitas opções e preços bem acessíveis. Achei bem mais barato do que no Brasil. Com recente moda da "cultura cervejeira" e, quando as grande referências são as escolas alemã e belga, talvez não se tenha dado o merecido valor à cerveja tcheca... 

Tour em Praga

O que é mais interessante em contratar um tour numa cidade como Praga? É ter uma ideia geral de como a cidade se formou e tudo aquilo que ela pode oferecer. Porém, não se contente com um tour, por melhor que ele seja. Praga tem 5 áreas principais e cada uma delas tem seu charme próprio: Castelo de Praga, Stare Mesto (Cidade Velha), Nove mesto (Cidade Nova), Mala Strana e Bairro Judeu (Josefov). 

Nosso guia era tcheco, mas falava espanhol. Fizemos um percurso enorme e sem muito tempo para respirar, começando do mesmo ponto da noite anterior, a Filarmônica, mas fazendo um caminho diferente. 

Praga é cortada pelo rio Vltava (para nós, Moldava) e em sua margem direita encontram-se Stare Mesto, Nove Mesto e o Josefov, na margem esquerda, está o Castelo de Praga e Mala Strana. Os pontos altos do percurso foram a Ponte Carlos, como já havia dito, o Relógio Astronômico e o castelo de Praga. A ponte Carlos é adornada por trinta esculturas e encontra-se quase sempre lotada de turistas. Observe o rio Vtlava da ponte e a inúmeras visuais que a mesma proporciona da cidade.

O relógio Astronômico é um espetáculo à parte. De hora em hora, uma multidão se aglomera abaixo do relógio para ver a imagem de Cristo e seus apóstolos em procissão, além das figuras que representam a Avareza, a Morte a Vaidade e o Turco. A lenda diz que o autor dessa verdadeira obra de arte teve seus olhos perfurados para que não revelasse os segredos dessa  engenhosidade. Sinistro, não?

Ao final do percurso, conhecemos o Castelo de Praga e ouvimos muito sobre a história da cidade, desde o assassinato de Venceslau por seu irmão Boleslau, de Carlos IV, importante monarca que fundou a Cidade Nova e a primeira universidade da Europa Central, passando pela dinastia dos Habsburgo e Império Austro-Húngaro... ufa!  No interior do Castelo de Praga, que é praticamente uma cidade dentro de Praga, destaca-se a belíssima Catedral de São Vito. 

Passamos todo o dia caminhando por Praga e ao final, ouvimos uma apresentação musical em uma igreja, creio que de São Salvador, no Klementinum. Foi muito bonito, mas recomendo que se conheça também a Igreja de São Nicolas, onde há concertos com órgão, o mesmo que Mozart tocou algumas vezes.

Em nossa última noite em Praga, após voltar de Karlovy Vary (depois escrevo sobre esse passeio), ainda assistimos uma apresentação no Teatro Negro, uma tradição da cidade. O nome do espetáculo era Aspectos de Alice. Não é necessário entender nada de Checo, pois o espetáculo se utiliza de música, sombras e mímica...  

Praga é uma cidade encantadora e por si só merece pelo menos três dias dedicados exclusivamente a ela, fora os bate-voltas que proporciona. Tenho a convicção de que vi muita coisa, mas poderia ter explorado muito mais, porém, cada minuto que passei nessa bela cidade foi intensamente aproveitado. 

Até a próxima postagem.